BOOTLEG
Bootleg
Bootlegs são gravações não autorizadas de áudio ou vídeo do trabalho de um artista ou banda musical, podendo ser realizadas directamente de um concerto ou de uma transmissão viarádio/televisão. Estes últimos podem incluir entrevistas e materiais inéditos, que foram descartados por serem considerados inadequados para um produto comercial, bem como passagens de som, ensaios, etc.
Origem do Termo
O termo bootleg tem sua origem na famosa obra da literatura inglesa As Viagens de Gulliver, escrita em 1726 por Jonathan Swift, onde no mundo "smuggling", os "smugglers" (contrabantistas) escondiam o contrabando dentro de baús, balsas e canos de botas ("boots"), para não serem presos. Com o passar do tempo, o "boot", passou a ser gradualmente usado como adjectivo para descrever artigos de origem dúbia (envolvidos em algum tipo de actividade criminal) e acabou por se tornar um termo conveniente para esses tipo de gravações emitidas por selos independentes, uma vez que são realizadas sem o consentimento do artista ou da gravadora dona dos direitos autorais. Inicialmente, os bootlegs eram feitos em vinil e/ou em fitas cassetes. Actualmente, s bootlegs são difundidos em CDs ou disponibilizados na Internet sob a forma de download digital gratuito.
História
O grupo britânico The Beatles foi um dos grupos de rock com mais bootlegs da história da música.[carece de fontes] Um dos primeiros bootlegs dos Beatles vendido foi o Kum Back. Neste, o engenheiro de som Glyn Johns mixou diversas versões de músicas gravadas para o álbum Let It Be.
Nos Estados Unidos da América, o primeiro bootleg comercializado foi The Great White Wonder,[carece de fontes] do músico Bob Dylan, gravado em estúdio com os músicos do The Band. Ambos os bootlegs datam de 1969.
Em 1970 foi lançado o Live On Blueberry Hill do grupo de rock, Led Zeppelin, um dos primeiros bootlegs gravado ao vivo. Outros bootlegs famosos da época são The Greatest Group on Earth dosRolling Stones e a versão bootleg do álbum Smile, dos Beach Boys.
Durante a década de 1970, a indústria do bootleg expandiu-se. As gravações ao vivo, ainda que fossem as mais comuns, possuíam qualidade ruim, já que eram feitas em meio ao barulho e gritos da multidão. Outros bootlegs eram feitos diretamente da cabine de som do artista, geralmente sem o consentimento da equipe que trabalhava nos concertos. As capas dos bootlegs também tinham qualidade ruim.
Com o tempo, não só as gravações como as capas foram sendo aperfeiçoadas. Surgiram grandes selos de bootlegs como a Swinging Pig e Yellow Dog, cujos álbuns além de terem qualidade boa apresentavam uma capa mais elaborada e trabalhada.
Bootleg versus Pirataria
Conceitualmente, "bootlegging" (produzir , distribuir , ou vender bootlegs sem autorização, "ilegalmente") não deve ser confundido com a pirataria. Pirataria é o ato de fazer e negociar cópias ilegais de material oficialmente disponível. Os materiais contidos nos bootlegs não foram ainda lançados para o comércio, não estando, portanto, disponíveis para compra, embora em alguns casos possa ser observada a ocorrência de um registro no comércio simulando uma tiragem oficial (uma raridade).
Porém, devido à disponibilidade difundida dos CD-R, a maioria vasta deles somente está disponível através de linhas "não-oficiais" das comunidades negociadoras, em um esquema em que não há envolvimento financeiro, baseado na troca 2:1 (dois CD-R vazios para cada CD-R gravado). Apesar da discussão sobre a legalidade desses bootlegs, existe uma legislação de combate à ambos.
Evolução do Bootleg
Era comum nos anos 1970, 1980 e 1990 colecionadores dispenderem de vultosas quantias para obterem alguma gravação de seu artista favorito. Alguns bootlegs possuíam edições muito limitadas, o que o tornava mais concorrido e valioso. Fãs faziam trocas entre si para obter o máximo de gravações possíveis. Trocava-se cópias em fita cassette e VHS, que por serem mídias analógicas, quanto mais se multiplicassem, maior seria o desgaste de qualidade e, portanto, sempre era - e ainda é - importante indicar a que "geração" pertencia a gravação, como por exemplo: "2ª geração = cópia da cópia da fita mestre". Com a introdução das primeiras mídias digitais, como o DAT e o MiniDisc, as gravações das mídias mestres seriam exatamente as mesmas em suas duplicatas, já que a perda de qualidade era quase zero. O meio de envio geralmente era pelas agências de postagens. Hoje, com a Internet, já é possível obter bootlegs sem despesas de envio e de mídias. O protocolo P2P(Peer To Peer) garantiu o fácil compartilhamento entre os usuários.